Teve lugar entre 18 e 22 de Julho o BTW Survival Camp, o Campo
de Trabalho Internacional de encerramento do projeto Break the Wall. As
atividades tiveram lugar entre Famalicão, Guimarães e a Serra do Gerês. Com
dezenas de participantes envolvidos, este encontro serviu para levar a cabo a
avaliação do projecto. Os primeiros 3 dias contaram com visitas temáticas ao
Museu Bernardino Machado e à Fundação Cupertino de Miranda, uma noite de
Astronomia. sessões de Teatro na Casa Das Artes de Famalicão, oficinas temáticas
sobre Simbologia Corporal e Gestão de Conflitos para além do lançamento de um
documentário final realizado pelos próprios jovens acerca das principais
problemáticas reflectidas no projeto, as principais atividades feitas, e as
soluções apresentadas pelos jovens para a resolução destas mesmas problemáticas.
Este documentário serviu também como forma de disseminar os resultados.
O BTW Survival Camp teve um carater itinerante e os último dois
dias tiveram o seu palco na Serra do Gerês com uma série de fóruns e mesas
redondas em ambiente natural sobre as realidades concretas abordadas no projeto
e as conquistas que este permitiu. Em termos concretos o "Break the Wall"
permitiu reintegrar no sistema de ensino 21 jovens com idades compreendidas
entre os 12 e os 19 anos: uns através de processos de mediação e integração em
Cursos de Educação e Formação; através de um programa alternativo de apoio ao
estudo e acompanhamento do percurso escolar através do Centro de Estudos e
Animação Juvenil da PASEC, hoje ID.EIAS - Escola Integral de Animação
Sociocultural; e através da criação de mais dois grupos de intervenção local em
Portugal.
Para se perceber um pouco melhor o projeto "Break the Wall"
importa explicar que este partiu de uma realidade concreta, os fenómenos de
extrema exclusão, mais concretamente um grupo de 31 adolescentes e jovens das
freguesias de Ruivães, Delães, Famalicão, do Complexo de Habitação Social das
Lameiras em Vila Nova de Famalicão e da freguesia das Caldas das Taipas,
Guimarães, bem como da Vila de Gorla, Itália. Estes 31 jovens foram todos eles
vítimas de extrema exclusão e de flagelos sociais (jovens oriundos de etnias
minoritárias, filhos de pais envolvidos no fenómeno da Droga, vítimas de
bullying, vitimas de doenças degenerativas, filhos de pais reclusos e
ex-reclusos, filhos de pais em que ambos os membros do casal estão
desempregados, jovens vítimas de extrema violência, para além de outras
situações delicadas). A PASEC e as organizações parceiras perante este cenário
não podiam fechar os olhos. O "Break the Wall" surgiu como resposta concreta a
um grupo de jovens colocados constantemente num plano inferior. Sem fechar a
porta a outros jovens, o projeto assentou a sua ação partindo de uma metodologia
que levou o jovem vítima de extrema exclusão a concetualizar um novo projecto de
vida com base na conceção da sua própria monografia, tentando retirar o melhor
das suas experiências de vida, partindo de uma análise de potencialidades com o
suporte de uma equipa multidisciplinar. O BTW Survival Camp fechou um percurso
de dezoito meses e que vê a sua continuidade assegurada através do ID.EIAS -
Escola Integral de Animação Sociocultural, que tem até à data mais de 90 jovens
inscritos nos seus panos de atividades entre os 12 e os 30 anos.
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